sexta-feira, 30 de outubro de 2009

FINADOS

RASCUNHO ONLINE

         Este é um dia especial para que se faça uma reflexão sobre a vida. Não a vida após a morte, mas esta vida de agora. A outra vida para mim é uma realidade futura, e, apesar das naturais dúvidas de quem raciocina cartesianamente sobre a vida após a morte, me apego à crença que devo me credenciar, pela via do amor, em meu dia-a-dia, para que ela seja plena futuramente.
          Gosto da "Filosofia Integral" do professor e filósofo Huberto Rohden, onde ele diz que, na vida, devemos equilibrar valores. Que o espírito e a matéria têm importâncias distintas, mas que um completa o outro. Porém, os valores ligados ao espírito devem prevalecer, já que um é substância, o outro, a circunstância; o espírito está ligado ao sujeito, a matéria, ao objeto; o primeiro, ao centro, o segundo, às periferias. E, dando uma dose de humor para deixar bem claro a necessidade deste equilíbrio, acrescenta... "corpo sem espírito é cadáver e espírito sem corpo é fantasma".
           Mesmo com os sofrimentos que atropelam a vida desde que o mundo é mundo, ainda não conseguimos estabelecer prioridades na relação espírito/matéria, ainda não adquirimos sabedoria necessária para banir de nossos corações sentimentos e atitudes como cobiça, avareza, inveja, maledicência, vaidade, ódio, intolerância, mentira, preconceito, mas sobretudo, orgulho e egoísmo.
           Será que nunca aprenderemos com nossos erros? Será que, indefinidamente, continuaremos a ignorar os ensinamentos da História?
            Finados é a oportunidade para esta reflexão.

  RENASCER
Na agonia da tarde,
precedendo as sombras da noite,
a claridade é tragada
como se fosse para sempre
Pondo-se entre montanhas
que antes iluminara,
deixa o sol, as estrelas,
em inefável beleza.
Embaixo, um rastro sombrio,
ocultando todos os caminhos,
deixando perdido nas trevas
quem só usa os sentidos.
Sensíveis observadores
que transformam-se ao olhar para o alto,
vislumbrando na imensidão do cosmo
os mistérios da perfeição.
Fechando um círculo de luz,
no breve giro da terra,
limita o espaço infinito
com o brilhante azul da manhã. 

 Para a querida Marieta, a Tieta do meu coração, que me inspirou nestes versos, abrindo novas perspectivas para a morte. 


Post original de 01/11/1998, fiz uma correção e não consegui atualizar (data dos comentários): CLIQUE AQUI


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