Fui escalado para tomar conta do banheiro masculino (segurança) na festa julina da escola e, em determinada hora, percebi que alguns rapazes (uns cinco) estavam usando “cheirinho da loló”, aquela espécie de “lança-perfume” caseiro. Prontamente acabei com a farra, colocando todos para fora.
Na porta do banheiro, um senhor que observava tudo atentamente, comentou: “... este mundo está mesmo perdido, com toda esta meninada fazendo uso de drogas”.
Acostumado como estou com “toda esta meninada”, tanto em casa, quando meus filhos tinham esta idade ou na escola, com os alunos, amenizei o comentário usando a sabedoria do pedreiro, pois aqueles “azulejos mal assentados” estavam contribuindo para que se fizesse um juízo falso a respeito da conduta dos outros quase 1000 adolescentes que se divertiam naquela festa.
Da mesma forma somos induzidos a formar opiniões equivocadas sobre os mais variados assuntos, e o “eu” professor, precisa estar mais atento e ter muito mais responsabilidade do que o “eu” segurança, pois o magistério exige bom senso e equilíbrio, já que numa sala de aula, com seres humanos em formação, os professores transformam-se em poderosos formadores de opinião.
Tenho muita preocupação com o que digo aos meus alunos em sala de aula, por isso mesmo procuro estimular o questionamento e a dúvida e, através da forma mais imparcial possível, desenvolver o senso crítico, tentando criar em cada um a autonomia necessária que os permita livrarem-se daqueles sofismas (clique aqui também) que sempre contribuem para uma visão distorcida e obtusa da realidade.
5 comentários:
Oi, Fernando!
Também trabalho com a gurizada há muito tempo... quando digo que sou professora da rede pública, na periferia (com fama de barra pesada), a maioria pergunta como aguento os adolescentes... se surpreendem ao me ouvir falar que é muito tranquilo.
Acho que depende muito da nossa postura como educadores. Há colegas que entram na sala de aula como se fossem para um campo de batalha: armados, encaram os alnos como inimigos... bueno, então a guerra se estabelece, né?!
Um dos nossos papéis na sala de aula é problematizar os diferentes temas... por minhoca na cabeça... tentar fazer com que o senso comum seja superado... desenvolvendo, como disseste a autonomia, a emancipação...
Abraços!
Muito boa essa postagem, companheiro. Parabéns! E muito obrigado pela visita
Franz
e eu acredito que você realmente faça isso, fernando!imparcialidade para o professor é fundamental!afinal temos que dar as ferramentas para que o aluno pense, não passar o pensamento pronto.
super abraço vera
Olá Fernando:
Tem um selo para você no meu blog. Passe lá e pegue o seu, depois indique mais 10 blogs.
Bjks.
Oi, Fernando!
Estou acompanhando seu blog e muitas vezes os adolescentes se baseiam nos maus exemplos dados pelos astros da música, pelos amigos mais desafiadores ou em qualquer ícone que ressalte a rebeldia, pelo simples fato de quererem chocar e contestar a sociedade, caminho que geralmente os levam a dependência química, a graes problemas de saude e, não raro, a morte.
Ser educador para mim é, antes de mais nada, aprender a conduzir esses jovens sob a batuta da confiança e do diálogo, o que é bastante difícil, mas com o tempo e a confiança podemos coloca-los nos caminhos do bem.
Indiquei teu blog http://educandooamanha.blogspot.com/2009/08/vale-pena-ficar-de-olho-nesses-blogs.html, pois acredito que seu blog seja um dos que eu mais acesso, por trazer reflexões do cotidiano escolar tão necessárias à nossa função docente
abraços
Semíramis
http://nequidnimis.wordpress.com
http://educandooamanha.blogspot.com
http://planetaitamonte.blogspot.com
Postar um comentário