NOSSA CONFERÊNCIA SOBRE EDUCAÇÃO EM JUQUEY (SP)
“Se eu for um marceneiro, não preciso carregar um soldador. Não tenho porque
levar peso desnecessariamente. É isso o que faz o vestibular. Cobra coisas
absurdas que um aluno nunca vai usar.” Rubem Alves
Meu queridíssimo amigo Leonardo de Pádua, neste final de semana, tomando
“suco de cevada”, mergulhando nas águas quentes de Juquey e jogando conversa fora, perguntou o que
eu achava da reforma do Ensino Médio.
De pronto respondi o que tenho falado aqui desde o início, que o maior pecado
desta reforma foi ter sido feita por medida provisória, mas que ainda assim era
melhor do que nada... o aluno escolhe as matérias com mais identificação,
e, por conseqüência, irá melhorar os conhecimentos em sua futura carreira profissional.
Léo ainda levantou a inconveniência da idade, “um aluno de 14 anos
pode se arrepender da escolha e deixar de aprender matérias importantes caso
mude a opção de curso. Respondi que não tinha pensando ainda nessa possibilidade.
Mas agora minha visão clareou um pouco a este respeito, será que um aluno com 17 anos já teria essa convicção? Do jeito que estava "nem tico, nem teco",
o aluno vinha para o Ensino Médio com "menas" bagagens que alunos de alguns países africanos com menos recursos que o Brasil.
E reafirmo o que lhe disse... Se pelo menos 50% do dinheiro gasto com educação
nos últimos 10 anos fossem direcionados para o Fundeb (da pré-escola à 9ª
série), o Brasil de hoje seria outro... a construção tem que começar pela
base, nunca pelo telhado.
Em vez disto gastaram bilhões em programas para expansão de universidades... "Universidade para todos" (PROUNI e REUNI), além do financiamento para alunos em
universidades particulares e, portanto, pagas, favorecendo a mercantilizarão
da formação e muito dinheiro no bolso dos donos destas universidades, em
sua maioria políticos (FIES), mais bilhões para o ensino técnico (PRONATEC),
sem falar nos outros bilhões gastos na construção dessas escolas técnicas
Brasil afora.
Agora não adianta "chorar o leite derramado", tinha muita esperança de mudança era com a lei assinada pela presidente Dilma Rousseff em 2013, que determinava 75% dos royalties do petróleo e 50% do chamado Fundo do Pré-sal fossem destinados à educação, mas com o "contingenciamento" iniciado por ela mesmo por causa do excesso de gastos, queda no preço do petróleo (na época U$ 110 o barril), e seu sepultamento definitivo agora com Henrique Meirelles, todas as esperanças se foram.
Começar a construção educacional de cima para baixo só tem uma explicação: aluno da pré-escola à 9ª série não votam.
No "QUEM SOU EU", aqui no blog:
"... estou aberto a qualquer discussão, não para impor pontos de vista, mas para aprender e até mudar de opinião se os argumentos forem mais consistentes que os meus."
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