Nos anos 60, foi inaugurada em Muriaé a primeira escola pública
de Ensino Fundamental e Médio, o Colégio Estadual Orlando de Lima Faria.
Ingressei no primeiro “exame vestibular”, realizado onde funcionou por muitos
anos a “Casa das Meninas”, hoje o “Casa lar”, até então só existia escolas
públicas de Ensino Fundamental (Primeira a quarta série). Só as elites frequentavam
o “Ginásio” (quinta a nona série) e o "Científico (1º ao 3º ano do Ensino
Médio)".
Antes, estudei o primeiro ginasial no Colégio São Paulo, uma das
três escolas particulares com Ensino Fundamental e Ensino Médio (Ginásio
e Científico) que funcionavam aqui em Muriaé,
Ficávamos perfilados e cantávamos o hino nacional. Vestíamos um uniforme
de brim caqui, calça e camisa de manga, cheio de bolsos e com passadeira
nos ombros, muito parecido com uma farda militar.
Se algum aluno cometesse alguma indisciplina e não fosse identificado
pelo inspetor (Na minha época, o Professor Margarido), todas as séries ficavam
perfilada no sol quente por muito tempo... o castigo se tornava coletivo,
todo o colégio pagava.
Aluno que não fizesse “dever de casa”, ou cometia alguma indisciplina
em sala, o professor anotava seu nome, e sexta-feira, no último horário,
eram anunciados pelo “telespique”, um sistema de alto-falante interno, que
começava assim: “Alunos convocados para o castigo de domingo...” Lembro-me
que uma vez fiz 5.000 cópias da frase: “A palavra período leva acento”.
Como eram poucas escolas, era fácil selecionar uma “elite” de professores
e alunos, realmente não existe paralelo entre aquela educação de antigamente
com as “barbaridades” que acontecem hoje em nossas escolas.
Mas o mundo mudou, Muriaé hoje tem 79 escolas municipais, 35 estaduais,
seis privadas e uma federal (http://www.escolas.inf.br/mg/muriae). Com o
aumento da quantidade de escolas e alunos é fácil entender a queda na qualidade.
Hoje, um jovem vocacionado e com potencial para ser um bom professor, por
causa dos baixos salários, violência nas escolas, má gestão e falta de investimentos,
sequer cogita essa possibilidade, apenas 2% de alunos do Ensino Médio pensam
em seguir a carreira do Magistério. Continuando assim não teremos professores
em um futuro bem próximo.
Felizmente não vivemos mais em um regime fascista de elites, a sala de
aula representa a nossa sociedade como um todo, com o que tem de “atrasado”
e “adiantado”, e nós, professores, lidamos com problemas sociais muito mais
complexos, nossa função, além de instruir, também é social, além de professores
também somos educadores, quando melhoramos alunos em uma sala heterogênea
estamos, na realidade, aperfeiçoando toda a sociedade.
Fiquei muito bem impressionado com Capitão Styvenson Valentim, da polícia
militar do RN, que liderou a iniciativa de uma parceria entre a Escola Estadual Maria Ilka de Moura e a Polícia Militar, com resultados inquestionáveis.
Voltando ao título deste post, no caso do nosso Município, será que conseguiremos
121 militares com a mesma capacidade, dedicação e vocação social que o competentíssimo
capitão potiguar? Só Minas Gerais, o maior Estado em quantidade de municípios,
tem 853, São Paulo, o segundo, 645, e o terceiro Rio Grande do Sul, 497...
Quantos capitães Styvensons precisaremos?
Educação, pela “importância estratégica”, expressão muito usada pelos militares,
não pode ser relegada a um marketing político superficial, aproveitando uma competência individual, mas impossível de se colocar em prática a nível nacional.
Um dos principais objetivos do meu conteúdo, História, é "apropriar do resultado das ações do homem no tempo, visando projetar uma ação presente e futura", e a História me mostra que nos 21 anos do regime militar, ao contrário do liberalismo apregoado pelo candidato que lidera as pesquisas em 2018, a escola pública foi a que mais sofreu com a interferência do Estado, servindo, como aconteceu em todas as outras ditaduras no mundo, num eficaz meio de propaganda ideológica, quando aconteceu, de fato, a "proletarização dos professores", para mim a principal causa do estado lamentável da educação hoje é a falta de valorização desse profissional... que jovem vocacionado quer ser professor hoje?
Gostaria de muito mais esclarecimentos sobre "militarização da educação", assim, como foi colocada, não pode ser considerado como uma proposta de governo para a educação.
CLIQUE AQUI... POST DE 2011
"... DO QUE TER AQUELA VELHA OPINIÃO FORMADA SOBRE TUDO..."
Não vá repetindo tudo que lê, questione todas as
informações que você recebe, principalmente aqui, amanhã posso mudar de opinião
se os seus argumentos forem mais consistentes que os meus.
Poema "Invictus", de William Ernest Henley (clique na imagem)
.
OLHANDO O ESPELHO
"Aprendi o segredo, o segredo, o segredo da vida, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar"
MINHAS CRIATURAS
É dessas gavetas virtuais que vou "REBRINCANDO" com as palavras e passando a limpo as ideias, com a imaginação crio corpos e dou vida a criaturas, e faço com que elas caminhem pelos lugares aqui em Muriaé. Sinto-me um deus!
NÃO SOU ESPÍRITA
Não sou espírita e não tenho religião, mas o Bloguetando está no site espírita de Divaldo Franco em uma pesquisa sobre similaridade, o que me deixou bastante feliz. Embora conheça a doutrina espírita, particularmente as obras básicas, nunca fiz qualquer referência ao espiritismo aqui no blog, por isso gostei tanto das palavras de minha amiga Rocio Rodi, espírita, quando indaguei a ela a razão do blog estar lá: “Parabéns Fernando! Sinal de uma escrita universal, coisas do amor, da paz, dos bons valores que transcendem. Feliz por você! ”
MEUS ANTIGOS DIA-A-DIAS ANTES DAS FÉRIAS PERMANENTES
Permanente foi só a escola da primeira parte do vídeo, Colégio José Garcia de Freitas (Retiro do Muriaé-RJ) e o CCEM - Centro Cenecista Educacional de Muriaé, que não aparece no filme.
A segunda escola foi contrato temporário no Estado do RJ (além de algumas
escolas naquele estado, trabalhei desta forma em quase todas as escolas de
Muriaé), e a última escola foi a minha melhor experiência profissional...
PROJOVEM do Bairro Aeroporto: https://projovemuriae.blogspot.com/
Sou professor de História e blogueiro multimídia, mas antes de tudo um humanista sonhador, com pouco talento e muitas limitações, mas que quer acertar e fazer diferença.
Graduei-me em Filosofia, mas gosto mesmo é de colocar em prática o que aprendi em minha Pós em "Tecnologias em Educação". (PUC-Rio), isto porque acredito que a inclusão digital é um dos melhores caminhos para a inclusão social, contudo, não perdi o gosto pela Filosofia ou deixei de “filosofar”. Tenho uma atração enorme pelas divergências,gosto dos contrários e estou aberto a qualquer discussão, não para impor pontosde vista, mas para aprender e até mudar de opinião se os argumentos forem maisconsistentes que os meus. Sou flexível e aberto a todas as possibilidades (e opiniões), pois a consciência transcendente de viver em um tempo eterno e num espaço infinito me afasta das posturas absolutas e definitivas.Tento me aproximar ao máximo da verdade, porém, me recuso a enxergá-la por uma ótica exclusiva, por isso, sempre faço simulações, e, virtualmente, como se estivesse num simulador de voo, transporto-me nas idéias contrárias às minhas, experimento-as por dentro, provo-lhes o sentido, dou-lhes todas as razões, sinto-as minhas, e só então me sinto apto a criticá-las. Da mesma forma, ataco minhas certezas, colocando-as ao avesso, expondo-lhe todas as fraquezas, procurando-lhes os defeitos, interpretando-as por uma ótima radicalmente contrária à minha, e só então me sinto hábil a defendê-las.
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