quarta-feira, 29 de agosto de 2018

MILITARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO


RASCUNHO ONLINE

 MILITARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO


CAPITÃO STYVENSON VALENTIM, DA POLÍCIA MILITAR DO RN, QUE LIDEROU A INICIATIVA DE UMA PARCERIA ENTRE A ESCOLA ESTADUAL MARIA ILKA DE MOURA E A POLÍCIA MILITAR 

Clique no link para o Youtube sobre a Escola que o capitão abraçou (Os três links abaixo também são importantíssimos para entender minha compreensão sobre o assunto) 

         Nos anos 60, foi inaugurada em Muriaé a primeira escola pública de Ensino Fundamental e Médio, o Colégio Estadual Orlando de Lima Faria. Ingressei no primeiro “exame vestibular”, realizado onde funcionou por muitos anos a “Casa das Meninas”, hoje o “Casa lar”, até então só existia escolas públicas de Ensino Primário (Primeira a quarta série do Ensino Fundamental). Só as elites frequentavam o “Ginásio” (quinta a nona série) e o "Científico (1º ao 3º ano do Ensino Médio)".
           Antes, estudei o primeiro ginasial no Colégio São Paulo, uma das três escolas particulares com Ensino Fundamental e Ensino Médio (Ginásio e Científico) que funcionavam aqui em Muriaé,
            Ficávamos perfilados e cantávamos o hino nacional, e vestíamos um uniforme de brim caqui, calça e camisa de manga comprida, cheio de bolsos e com passadeiras nos ombros, muito parecido com uma farda militar.
           Se algum aluno cometesse alguma indisciplina e não fosse identificado pelo inspetor (Na minha época, o Professor Margarido), todas as séries ficavam perfilada no sol quente por muito tempo... o castigo se tornava coletivo, todo o colégio pagava.
         Aluno que não fizesse “dever de casa”, ou cometia alguma indisciplina em sala, o professor anotava seu nome, e sexta-feira, no último horário, eram anunciados pelo “telespique”, um sistema de alto-falante interno, que começava assim: “Alunos convocados para o castigo de domingo...”            Lembro-me que uma vez fiz 5.000 cópias da frase: “A palavra período leva acento”, eu era tão assíduo que mamãe juntava *papel de pão para eu levar para o "castigo".
       Como eram poucas escolas, era fácil selecionar uma “elite” de professores e alunos, realmente não existe paralelo entre aquela educação de antigamente com as “barbaridades” que acontecem hoje em nossas escolas.
        Mas o mundo mudou, Muriaé hoje tem 79 escolas municipais, 35 estaduais, seis privadas e uma federal  Com o aumento da quantidade de escolas e alunos é fácil entender a queda na qualidade. Hoje, um jovem vocacionado e com potencial para ser um bom professor, por causa dos baixos salários, violência nas escolas, má gestão e falta de investimentos, sequer cogita essa possibilidade, apenas 2% de alunos do Ensino Médio pensam em seguir a carreira do Magistério. Continuando assim não teremos professores em um futuro bem próximo.
         Felizmente não vivemos mais em um regime fascista de elites, a sala de aula representa a nossa sociedade como um todo, com o que tem de “atrasado” e “adiantado”, e nós, professores, lidamos com problemas muito mais complexos, nossa função, além de instruir, também é social, além de professores também somos educadores, quando melhoramos alunos em uma sala heterogênea estamos, na realidade evoluindo toda a sociedade. 
           Fiquei muito bem impressionado com Capitão Styvenson Valentim, da polícia militar do RN, que liderou a iniciativa de uma parceria entre a Escola Estadual Maria Ilka de Moura e a Polícia Militar, com resultados inquestionáveis em todos os aspectos mais importantes, também o disciplinar, mas não o mais importante. 
    Voltando ao título deste post, no caso do nosso Município, será que conseguiremos 121 militares com a mesma capacidade, dedicação e vocação social que o competentíssimo capitão potiguar? Só Minas Gerais, o maior Estado em quantidade de municípios, tem 853, São Paulo, o segundo, 645, e o terceiro Rio Grande do Sul, 497... Quantos capitães Styvensons precisaremos? 
       Educação, pela “importância estratégica”, expressão muito usada pelos militares, não pode ser relegada a um marketing político superficial, aproveitando uma competência individual, mas impossível de se colocar em prática a nível nacional.
        Um dos principais objetivos do meu conteúdo, História, é "apropriar do resultado das ações do homem no tempo, visando projetar uma ação presente e futura", e a História me mostra que nos 21 anos do regime militar, ao contrário do liberalismo apregoado pelo candidato que lidera as pesquisas em 2018, a escola pública foi a que mais sofreu com a interferência do Estado, servindo, como aconteceu em todas as outras ditaduras no mundo, num eficaz meio de propaganda ideológica, quando aconteceu, de fato, a "proletarização dos professores", para mim a principal causa do estado lamentável da educação hoje é a falta de valorização desse profissional... que jovem vocacionado quer ser professor hoje?
        Algumas pessoas tem um saudosismo patológico da escola de antigamente (post de 2011) como se aquela forma de tratar alunos fosse agora, no século XXI, a mais adequada
       Gostaria de muito mais esclarecimentos sobre "militarização da educação", assim, como foi colocada, não pode ser considerado como uma proposta de governo para a educação.


* não existia saco plástico, o pão na padaria era embalado num papel especifico.

   


 

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