COM GUSTAVO DURIEZ, ANA LUCIA BARRETO CAMPOS, MAYKON LEITE E
RENATO SIGILIANO
Ontem, aos sessenta e dois anos, fiz o meu parto de cidadania, ao
lado milhares de jovens com a cara pintada, minha alma encheu-se de verde...
Renasceu a esperança!
Exercer democracia e cidadania é um processo pedagógico lento, eu, particularmente, erro
muito e acerto pouco, “quanto mais penso que sei, mais percebo que
nada sei”, e vejo exatamente o contrário em muitos de meus pares, sempre se achando acima da média, e, por isto mesmo, continuarão eternos “ignorantes políticos”... não vão aprender nunca.
Na idade destes adolescentes eu estava matando passarinho com atiradeira,
e, ainda assim, consegui adquirir consciência ecológica e aprendi muitas outras
coisas, por isso sei que as possibilidades de conscientização para estes jovens são infinitamente
maiores que as minhas.
Esta mobilização nacional trouxe-nos a percepção de que o poder
não está assim tão distante do povo como pensávamos, o que falta agora é, concretamente, fazer com
que os resultados alcançados comecem acontecer regularmente, aqui mesmo,
em nosso município, através do voto distrital (http://www.bloguetando.com/slide.htm),
até porque as manifestações nas ruas não acontecerão indefinidamente.
Outro fato que merece destaque nestas manifestações foi a personagem "anonymous social", aproximando as pessoas unicamente por compartilharem a mesma causa, rejeitando bandeiras partidárias, sindicais, estudantis,
e, principalmente, a presença de líderes carismáticos, que, como aconteceu
na primeira versão dos “caras pintadas”, usaram o movimento como plataforma
política para se lançarem candidatos. Por isso gosto desta impessoalidade, é o pragmatismo político substituindo receitas sociais
que, comprovadamente, não deram certo em lugar algum.
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