O Blogspot é impiedoso com alterações em textos antigos, tentei colocar o texto primeiro que a poesia, antes estava o contrário, mas por ter feito essa alteração o post sumiu, apesar de continuar registrado nas postagens do blog, mas como a página estava aberta fiz uma cópia para registrar a data da publicação (2009), e estou republicando agora.
"NAVEGAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO"
O mar tenebroso, salgado de idéias e sentimentos contraditórios, exige cada vez mais tecnologias e precisão na navegação. Por isso estou sempre atento à construção desta “nova Escola” de Sagres, que revolucione todos os fundamentos náuticos existentes, que nos ensine a transpor o bojador das paixões, do atraso e da ineficiência... que navegue seguro na imprecisão dos corações humanos... que nos ajude encontrar um “novo mundo”, que torne a vida mais significativa... mais feliz!
Quando os navegadores portugueses partiam para desbravar “mares tenebrosos”, encorajavam-se com o refrão "Navegar é preciso...", da música "Os Argonautas", de Caetano Veloso, também já declamado, exaustivamente, por muitos outros poetas contemporâneos.
Hoje, o nosso mar interior também continua "tenebroso", deixando os navegadores sem norte diante da "imprecisão" da vida, navegando para o ocidente tentando chegar ao oriente, em direção oposta a seus objetivos, e, como Colombo, invariavelmente...Erram! Passam a vida inteira enganados, pensando ter encontrado suas Índias.
Outros ainda, exímios navegadores, como o espanhol Pinzón, primeiro europeu a cruzar a linha do equador na região das Américas e, antes de Cabral, de fato, quem descobriu o Brasil, navegam anônimos, apesar de conquistas importantes no dia-a-dia, mas por circunstâncias sociais, políticas, econômicas ou pessoais, simplesmente são ignorados pela História.
Só consigo entender o refrão da música sob o aspecto de "precisão/exatidão", já que a vida é mesmo incerta... imprecisa, do contrário, se a interpretação for a "necessidade", talvez a superficialidade e o desprezo pela verdade seja a causa de tantos acharem que só "navegar é preciso"... o meio, equivocadamente, transforma-se num fim em si mesmo... viver por viver.
VALEU A PENA?
TUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA
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