sexta-feira, 20 de maio de 2011

A PRIMAVERA DA EDUCAÇÃO?



           Se observarmos atentamente a história, sempre quando determinadas situações começam a emperrar o funcionamento da sociedade, naturalmente, como se fosse uma lei física, mais cedo ou mais tarde, as reações sincronizam-se em sentido contrário provocando a união e a ação dos protagonistas mais fracos, criando condições impensáveis dentro do contexto anterior.
            Foi assim nas Revoluções de 1848, também chamada de “Primavera dos Povos”, quando crises econômicas, falta de representação política e a exigência por governos constitucionais, fizeram com que as minorias europeias abalassem, definitivamente, as poderosas monarquias absolutistas da época, e que também acontece agora, no Oriente Médio e Norte da África, na chamada “Primavera Árabe”, onde o povo, cansado de ser subjugado por governos ditatoriais e opressores, numa onda revolucionária, já derrubou o governo do Egito e enfrenta com manifestações e protestos vários governos daquela região.
            Esta semana nossa classe se fortaleceu com as palavras da professora Amanda Gurgel, que mostrou, matematicamente, através de apenas três dígitos do seu contracheque, a raiz de todo o problema educacional em nosso país. É evidente que se triplicar o salário hoje, a qualidade não virá no dia seguinte, mas seria o primeiro passo para atrair candidatos vocacionados e com preparação à altura para os concursos do magistério, aptos a exercer esta atividade "de base", fundamental na formação de todas as outras (link abaixo, primeiro vídeo).
            Se os cargos do magistério fossem disputados como são os concursos da Petrobrás ou do Judiciário, muito provavelmente eu não seria professor, perderia eu, mas ganharia o Brasil e a educação e, por consequência, meus filhos, que teriam tido professores muito mais competentes e eficientes.
           No Brasil existe um desprestígio tão grande da carreira que ninguém mais quer saber do magistério,
por isso tantas campanhas do MEC valorizando o profissional (clique no link). Os cursos de licenciatura só não fecharam ainda porque, por sobrarem vagas, o vestibular é mais fácil, e o acesso a bolsas de estudo tornou-se uma oportunidade para quem não tem nenhuma perspectiva profissional (não deixe de clicar no link), a carreira transformou-se em mera oportunidade de emprego, quase sempre por pessoas sem nenhuma preparação ou vocação para a função.
            Nossa presidente disse que “só existe ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação”, sinalizando que ela será prioridade em seu governo, mas se as providências não forem urgentes, já começo a vislumbrar também uma Primavera na Educação, e, como nas primaveras anteriores, nada conseguirá deter o fluxo natural das reações, afinal, "flexibilidade, tolerância e paciência" também tem limites.

Uma outra professora

2 comentários:

Niuza Eugênia disse...

Assino embaixo colega! Um abraço
Niuza

Anônimo disse...

Adoreiesse post bjs Graça !!!