domingo, 7 de agosto de 2011

GREVE DE PROFESSORES





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           “Participo” de quatro grupos de professores, que devem somar, os quatro, mais de dois mil profissionais... um no Yahoo, outro no Google (e-mail), e mais dois no Facebook, mas como disse na barra lateral do blog, “da minha aldeia vejo o universo”, por isso participo assiduamente só de dois grupos de amigos de minha cidade, que somados não devem passar de 600 pessoas.
           Lá falamos de amenidades, principalmente trocamos fotos antigas de nossa querida cidade, mas também falamos de coisas sérias como os problemas que assolam a educação em nosso país.
           Minha cidade é uma amostra do que acontece no plano nacional, cada um tem uma postura diferente diante das atuais greves de professores que pipocam pelo país, por isso resolvi transcrever aqui no blog uma de nossas conversas sobre o assunto.

Amigo1: O imbróglio da greve está em que o Estado diz que não paga menos de 1.122,00 a ninguém, mas soma aí o salário-base de 500 e poucos e todas as gratificações conquistadas ao longo da vida. O sindicato quer o piso de 1500 e poucos, limpo, livre das conquistas do servidor. O problema é que, se o governo for elevar o base de 500 para 1500, vai ter que dar aumento de 200%. Num sistema de 6 mil e algumas centenas de milhares de professores, que custa quase R$ 10 bi, parece um sonho
Sexta às 1942: curtir – comentar
2 pessoas curtiram isso
Ainda o amigo 1: Mas parece que tem um problema político subjacente, Ouve-se que deputados do PT, com força no Sind-Ute e contra o acordo do PSDB com o PT nas eleições da capital, estariam esticando a corda para desgastar Anastásia e inviabilizar o acordo. A grande massa do professorado, como todas as massas, vai de instrumento.
Sexta 19:45 Curtir 2 pessoas
Um segundo amigo: O governo não precisa aumentar em 200%, mas pode sinalizar com boa vontade e ações concretas. O problema é que os políticos de modo geral e os tucanos particularmente reduzem as justas reivindicações dos professores a uma reles disputa eleitoral. Todos sabemos que o problema não é este. É muito feio a gente ver a propaganda do Governo Anastásia dizendo que a educação em Minas é isso e aquilo. Isto também é propaganda política... e falsa.
Sexta às 19:46 Curtir 2 pessoas
Amiga 1: é, mas na hora de aumentar o salário deles 60 e tantos por cento não teve nenhum problema... é muita cara de pau, isso sim. A cidade tem mais é q parar mesmo...
Sexta 20:26 Curtir
Uma segunda Amiga:Revoltante!!!
Sexta às 21:14 Curtir
Uma terceira amiga:Tem tbem o problema do montão de professores que não trabalham, q estão afastados pq a prima da cunhada está com gripe ou que o cunhado da tia está construindo no Pará e ela teve que ir visitar...............................
Sexta às 22:39 Curtir
Novamente o segundo amigo: Logo se vê que há gente até contra os professores, inclusive com erro de concordância e tudo. Mas não adianta, a realidade está posta. Além do mais, além do mais, o Anastásia já tem assessores muito bem pagos para defendê-lo. Sem falar da mídia comprada, que alimenta cabeças sem senso crítico.
Sábado às 8:57 Curtir
Um terceiro amigo: Não entendo muito este caso. Mas sempre achei esse negócio de qüinqüênio, biênio, férias prêmio, diabo prêmio e mais e mais uma merda na vida de qualquer trabalhador.
Isso existiu ou persiste ainda para chamuscar o baixíssimo salário da classe. Para mim trabalhador tem de receber seu salário e seus direitos trabalhistas, nada mais.
Mais uma vez o segundo amigo:Não é preciso inventar nada... é só copiar paíse dos países onde a educação funciona, adaptando ao nosso. Na Noruega, por exemplo, a maior diferença entre o salário mais baixo e o mais baixo é de 15 vezes. Na Nova Zelândia, o varredor de rua e o Juiz se aposentam com o mesmo salário – que dá para ambos viverem bem... quem vai mexer nesta caixa de marimbondo?
Sábado às 9:43 Curtir
A amiga 1 novamente: A diferença deve tá na proporção dos países em questão: quanto maior o país, maior a discrepância social/econômica/educacional. Deve ser... (para quem não me conhece aviso: estou sendo irônica)
Sábado 12:08 Curtir
Eu: Em uma negociação sempre haverá duas posições antagônicas a respeito de preço... quem está vendendo quer aumentar... quem compra quer baixar.
Seu argumento é o mesmo do governo de Minas... de quem está comprando a ideia.
Este problema da Educação brasileira não pode ser discutido só na esfera estadual, Se for levar para este lado de “custos” teremos que esperar que nosso país se transforme em uma Noruega ou Nova Zelândia para que este problema básico (de base) seja resolvido.
Não vou argumentar sobre a diferença de salário entre um Juiz e um varredor, mas a diarista que faz limpeza aqui em casa ganha, nas casas em que faz faxina, 800,00 por mês, certamente se um norueguês ou um neozelandês ler este comentário, a julgar pelo que ganha um professor lá, vai ficar assombrado com o nosso avanço social... UMA FAXINEIRA GANHANDO IGUAL A UM PROFESSOR.
Não quero ser simplista em meus argumentos, mas 10 bi é uma mixaria perto dos desvios que tivemos só no Ministério dos Transportes... e pensar que ainda teremos muitas obras de infraestrutura até a copa do mundo.
O argumento é o seguinte... com este salário daqui a pouco não teremos professores preparados, sem professor que prepare alunos, a situação só vai se agravar em relação à formação de mão-de-obra qualificada... Os “custos” serão maiores que os bilhões a que vc se referiu.
Repito, o buraco é muito mais embaixo... é político, e se a reforma política não preceder a todas as outras reformas, se não se regionalizar os debates nacionais, se o debate local entre candidatos antagônicos que estejam pleiteando o mesmo cargo não substituir o horário político e a ação dos cabos eleitorais, se o brasileiro não tomar posse do seu voto, então baú baú... estamos no pau (levando).
Sou a favor da proposta do Senador Cristovam Buarque... federalização da educação, mas isso tem que ser alterado na base para mudar a nossa Constituição... e não acredito em debate político sem a tutela do povo.
Sábado 12:34 Curtir 1 pessoa
Amigo 1: O que me incomoda, caros, é a falta de informação que me impede de acolher um dos lados do argumento. O que percebo é que a educação em Minas é um sistema imenso e caótico, que não se sustenta. R$ 10 bi é um quarto do orçamento.
Desde 79, na primeira grande greve da era Francelino Pereira, que o Estado vem incorporando alguns milhares de profissionais, quase sempre sem concurso, e não resolve o problema de professor motivado – e nem desmotivado – dentro da sala de aula. O governo mineiro deve ter na Educação (estou chutando, deve ser algo próximo) uns 500 mil contra cheques, mas quantas cabeças destas estão na sala de aula? Imagino que nem um terço. Como bancar um sistema destes? Insisto que faltam informações e o sindicato, já que o governo não o faz, bem que poderia dá-las.
Sábado 12:44 Curtir
Eu novamente: Não sou economista e admito minha falta de noção a respeito de valores... prefiro acreditar que vc que é jornalista e tem mais informações do que eu... fora isso meu argumento não muda. Continuo achando que o buraco é mais embaixo. Falta método e padronização nacional para solucionar um assunto tão importante... a solução (para mim) tem que ser “revolucionária”: http://bloguetando.blogspot.com/2010/12/peticao-publica.html
Sábado 12:54 Curtir 1 pessoa
Eu mais uma vez: Acho que vc levantar esta questão é uma grande contribuição para a educação brasileira. Ainda em relação a valores... quase ninguém gosta de ler, mas se der uma olhada só no primeiro parágrafo do link do Bloguetando verá que só ali foi mais de 10% deste valor que vc se referiu.
Eu de novo: coloquei o vídeo do Osmar Prado apoiando a greve dos professores no Estado do Rio de Janeiro

3 comentários:

Jenny Horta disse...

Olá amigo Fernando! A educação em Minas não está nada diferente daqui do Rio, infelizmente. Sempre questionam as reinvindicações dos professores, assim como as dos policiais e bombeiros, como se estes fossem mártires profissionais e tivessem a obrigação de viver com migalhas. Sinto pelas pessoas que hoje estão formadas, ganhando bons salários (geralemente são estas as ṕrimeiras a criticar) e que não se recordam daquela professora que lhe ensinou o básico. Pena estar sem tempo para entrar neste papo no Face...grande beijo p/ você!

Rocio Rodi disse...

Fernando,

Bom ler a conversa entre pessoas preocupadas com a educação e o movimento da política salarial de uma classe, pois, a educação é, como diz Osmar Prado no vídeo, "o pilar da formação da sociedade brasileira", e sem essas pessoas na base dessa sustentação "é a morte de um país, de um povo e de uma história". Precisamos de mais dignidade nesse conjunto. Saúde e educação é melhor qualidade de vida para todos!
Bom que por aqui neste cantinho dedicaste este tempo para nós!
Abraços esperançosos!

Anônimo disse...

Concordo com você Fernando, sem o povo na cola destes "representantes" nada pode mudar neste país.
Uma dúvida... Você publicou aqui nos seu blog que ele está em um site espírita, mas que não é espírita e nem tem religião. Você é ateu? Se não, em que você acredita? Gosto de tudo que você escreve e isso me deixou bastante curiosa.
Jaqueline Coutard de Lima