sexta-feira, 6 de março de 2020

MEU RASCUNHO DE "LIBERAL", PÓS CAPITALISTA AMBIDESTRO, PRAGMÁTICO, DO ALTO

Gaveta virtual, guardando meus rascunhos online

“O projeto pós-capitalista está fundado na crença de que, de maneira inerente a esses efeitos tecnológicos, existe um questionamento das relações sociais existentes em uma economia de mercado e, a longo prazo, a possibilidade de um novo tipo de sistema que possa funcionar sem o mercado e para além da escassez.” — Paul Mason



             Ferrenho seguidor da ideia contida nas palavras de Paulo, em Tessalonicenses 5:21: "Examinai tudo e retende o que é bom", tirei todos os penduricalhos da postagem que publiquei em julho de 2014 e desfraldei a bandeira do livre pensamento como expressão máxima da minha militância política.
           
Idealista prático, terrivelmente pragmático, contraditório, não consigo aprisionar meu pensamento nesse cárcere bipolar de esquerda/direita. Sou um liberal (só etimologicamente), com todos os adjetivos que coloquei no título, moderado, do alto, mas antes de tudo um democrata. Por tudo isso, luto com todas as forças do meu coração contra essa tendência circadiana de olhar a política como se ela tivesse características inalteráveis. Ao contrário disto, pode haver, sim, pontes de entendimento ligando posições antagônicas em benefício do país. Dois exemplos que gosto de usar são a política na Finlândia e a união entre Lula e o meu conterrâneo muriaeense José Alencar, um líder do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e outro líder do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Minas Gerais.
                   A esquerda sente repulsa até pela palavra liberal, mesmo quando digo que minha liberalidade é a mesma para tudo na vida. Já para a atual direita brasileira, a palavra soa como música aos seus ouvidos quando digo que sou liberal na economia (socialmente responsável), favorável à privatização de empresas que não dão lucro, que não caminham com as próprias pernas, mas que rejeitam meu liberalismo nos costumes. Os dois lados cobram lateralidade em minhas posições, quando a única coisa que desejo é estar à frente ou no alto dessas posturas insignificantes. Deixo a defesa ou o ataque para as militâncias em seus currais ideológicos
      
Tudo que escrevo e penso é fruto do meu idealismo prático (contradição?), "do meu coração sempre dividido entre o sonho e a razão". Não fosse por isso, acreditaria no “Fim da História" de Fukuyama, mas apesar de não ser economista, concordo com ele que o capitalismo é o mais eficiente sistema na produção de riquezas. Porém, sei também que sua essência é baseada na ausência de regulamentação, que é exatamente a gênese de todas grandes crises sociais e econômicas que volta e meia abalam o mundo.
                O simples fato de já haver uma prática de governos interferirem no mercado para conter distorções e especulações já é um indício de que esse suposto "fim da história" nunca acontecerá. Ao contrário, Adam Smith deve estar se revirando no túmulo, se já não estiver de ponta cabeça, depois que os EUA, o maior país capitalista liberal do planeta, injetaram trilhões de dólares para salvar as maiores companhias privadas americanas na crise imobiliária de 2008, uma interferência do Estado muito mais radical, à esquerda, do que as medidas praticadas por Lord Keynes para debelar a “Crise de 1929".
           
Minhas dúvidas são comuns a todos que têm sinceras preocupações sociais com os menos afortunados, mas só o capitalismo pode fazer frente às demandas de recursos para financiar benefícios sociais em saúde, educação, segurança, e destaco o SUS ou o Bolsa Família.
              Em um país tão carente e desigual como o nosso, essa dicotomia entre a eficiência na produção de riquezas e gastos sociais estratosféricos não tem sustentação alguma, quer seja no socialismo científico de Karl Marx ou no capitalismo liberal de Adam Smith. Meu medo é que aqui no Brasil, matem a "galinha dos ovos de ouro" jogando dinheiro pelo ralo nas más administrações de empresas estatais, descontinuidade de políticas públicas, e, para mim, o pior de todos os males... parlamentares sem vínculos com eleitores (voto distrital).
          Meu medo é que confirmem o prognóstico da ultradireitista Margaret Thatcher: "O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros". Sei que esse meu entendimento leigo de economia não está nos planos da esquerda, tampouco da direita. Nos dois predominam "a fome com a vontade de comer"... Um lado quer secar a fonte, tirando mais água do que colocando, do outro lado só alguns poucos bebem a água. A hegemonia de qualquer um desses dois lados seria o mais completo caos.
     É difícil fazer entender aos que me cobram "lado", a essência e a amplitude do livre pensamento. Como fazê-los entender que as divergências políticas são como afluentes de um mesmo rio? As águas podem até não se misturarem por um determinado trajeto, muitas vezes conturbado, mas acabam desaguando juntas num mesmo oceano que "deveria" ser o bem comum.

* Independente de esquerda/direita, liberalismo/socialismo, em um país com tantas diferenças sociais como o nosso, é imperativo que o governo tenha mecanismos para diminuir esses desequilíbrios, e esses dispositivos precisam estar incluídos no orçamento. Porém, não se pode perder de vista que dinheiro não tem geração espontânea. Se o país gasta muito mais do que arrecada, faltará investimentos na produção e na infraestrutura, consequentemente, comprometerá o emprego. Por esta razão, não sou de direita ou esquerda, mas por seguir a cartilha de Paulo que citei acima, tento olhar o que há de bom em cada um dos lados.

COMENTÁRIOS INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL - EM 3/07/2014
**Parágrafo 1:**
O autor cita uma frase de Paul Mason que reflete a crença em um futuro pós-capitalista, onde a tecnologia questiona as relações sociais e possibilita um sistema além do mercado e da escassez.
**Parágrafo 2:**
O autor se identifica com a ideia de Paulo em Tessalonicenses 5:21, que prega a análise crítica e a retenção do que é bom. Ele menciona que simplificou uma postagem anterior e adotou o livre pensamento como base de sua militância política.
**Parágrafo 3:**
O autor se descreve como um idealista prático e pragmático, que não se encaixa nas divisões tradicionais de esquerda e direita. Ele se considera um liberal moderado e democrata, e acredita na possibilidade de entendimento entre posições opostas para o benefício do país, citando exemplos da Finlândia e a aliança entre Lula e José Alencar.
**Parágrafo 4:**
O autor comenta sobre a repulsa da esquerda pela palavra "liberal" e a aceitação da direita, mas ressalta que ambos os lados exigem uma posição clara, enquanto ele prefere transcender essas divisões. Ele critica as militâncias ideológicas e defende uma posição mais elevada e independente.
**Parágrafo 5:**
O autor reflete sobre seu idealismo prático e a divisão entre sonho e razão. Ele concorda com Fukuyama sobre a eficiência do capitalismo na produção de riquezas, mas critica a falta de regulamentação, que leva a crises sociais e econômicas.
**Parágrafo 6:**
O autor argumenta que a intervenção governamental no mercado para corrigir distorções mostra que o "fim da história" não ocorrerá. Ele critica a intervenção estatal nos EUA durante a crise de 2008, que considera mais radical do que as medidas de Keynes na crise de 1929.
**Parágrafo 7:**
O autor expressa suas dúvidas e preocupações sociais, afirmando que apenas o capitalismo pode financiar benefícios sociais como saúde e educação. Ele destaca a importância do SUS e do Bolsa Família.
**Parágrafo 8:**
O autor discute a dicotomia entre a produção de riquezas e os gastos sociais no Brasil, criticando a má administração de empresas estatais e a descontinuidade de políticas públicas. Ele teme que o Brasil desperdice recursos e comprometa o desenvolvimento.
**Parágrafo 9:**
O autor cita Margaret Thatcher para expressar seu medo de que o socialismo esgote os recursos. Ele critica tanto a esquerda quanto a direita, afirmando que ambos os lados têm falhas e que a hegemonia de qualquer um deles seria caótica.
**Parágrafo 10:**
O autor defende o livre pensamento e a necessidade de entender que divergências políticas são como afluentes de um rio, que eventualmente se unem em um objetivo comum, que deveria ser o bem comum.
**Parágrafo 11:**
O autor conclui que, independentemente das ideologias, é essencial que o governo tenha mecanismos para reduzir as desigualdades sociais. Ele enfatiza a importância do equilíbrio fiscal para garantir investimentos e emprego, e reafirma sua posição de buscar o que há de bom em cada lado político.

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