“O projeto pós-capitalista está fundado na crença de que, de maneira
inerente a esses efeitos tecnológicos, existe um questionamento das relações
sociais existentes em uma economia de mercado e, a longo prazo, a possibilidade
de um novo tipo de sistema que possa funcionar sem o mercado e para além
da escassez” Paul Mason
Ferrenho seguidor da ideia contida nas palavras Paulo, em Tess 5:21: "Examinar tudo e reter
só o que for bom", tirei todos os penduricalhos da postagem que publiquei
em julho/2014, e desfraldei a bandeira do livre pensamento como expressão
máxima da minha militância política.
Idealista prático, terrivelmente pragmático, contraditório, não consigo aprisionar meu pensamento nesse cárcere bipolar de esquerda/direita, sou liberal com todos os adjetivos que coloquei no título, moderado, de centro, mas antes de tudo um democrata, por tudo isso, luto com todas as forças do meu coração contra essa tendência circadiana
de olhar a política como se ela tivesse características inalteráveis. Ao contrário disto, pode haver, sim, pontes de entendimento ligando posições antagônicas em benefício do país, dois exemplos que gosto de usar é a política na Finlândia, e o outro foi aqui mesmo no Brasil com a união entre Lula e o meu conterrâneo muriaeense José Alencar (Clique), um líder do Sindicatos dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e outro líder do Sindicato dos Patrões, no Sindicato das Industrias de Fiação e Tecelagem de Minas Gerais.
A esquerda sente repulsa até pela palavra liberal, mesmo quando digo
que minha liberalidade é a mesma para tudo na vida. Já para a atual direita brasileira
a palavra soa como música aos seus ouvidos quando digo que sou liberal na economia (socialmente responsável), favorável à privatização de empresas que não dão lucro, que não caminham com as próprias pernas, mas que rejeitam meu liberalismo nos costumes. Os dois lados cobram
lateralidade em minhas posições, quando a única coisa que desejo é estar
à frente ou no alto dessas posturas insignificantes, deixo a defesa ou o ataque para as militâncias em seus currais ideológicos.
Tudo que escrevo e penso é fruto do meu idealismo prático (contradição?), "do meu coração
sempre dividido entre o sonho e a razão", não fosse por isso acreditaria
no “Fim da História" de Fukuyama, mas apesar de não ser economista, concordo com ele que o capitalismo é o mais eficiente sistema na produção de riquezas, porém, sei também que sua essência é baseada na ausência de regulamentação, que
é exatamente a gênese de todas grandes crises sociais e econômicas que volta
e meia abalam o mundo.
O simples fato de já haver uma prática de governos interferirem no mercado para conter distorções e
especulações, já é um indício de que esse suposto "fim da história" nunca
acontecerá, ao contrário, Adam Smith deve estar se revirando no túmulo, se
já não estiver de ponta cabeça, depois que os EUA, o maior país capitalista
liberal do planeta, ter injetado trilhões de dólares para salvar as maiores
companhias privadas americanas na crise imobiliária de 2008, uma interferência do Estado muito
mais radical, à esquerda, do que as medidas praticadas por Lord Keynes para
debelar a “Crise de 1929".
Minhas dúvidas são comuns a todos que tem sinceras preocupações sociais
com os menos afortunados, mas só o capitalismo pode fazer frente às demandas
de recursos para financiar *benefícios sociais em saúde, educação, segurança, e destaco o SUS ou o Bolsa família (Aqui também).
Em um país tão carente e desigual como
o nosso, essa dicotomia entre a eficiência na produção de riquezas e
gastos sociais estratosféricos, não tem sustentação alguma, quer seja no socialismo
científico de Karl Marx ou no capitalismo liberal de Adam Smith, meu medo
é que aqui no Brasil, matem a "galinha dos ovos de ouro" jogando dinheiro pelo ralo nas más administrações de empresas estatais (Aqui também), descontinuidade de políticas públicas, e, para mim, o pior de todos os males... parlamentares sem vínculos com eleitores (voto distrital)
Meu medo é que confirmem o prognóstico
da ultradireitista Margaret thatcher: "O socialismo dura até acabar o dinheiro
dos outros", sei que esse meu entendimento leigo de economia não está nos planos da esquerda,
tampouco da direita, nos dois predominam "a fome com a vontade comer"... Um lado quer secar com a fonte, tirando mais água do que colocando, do outro lado só alguns poucos bebem a água. A hegemonia de qualquer um desses dois lados seria o mais completo caos.
É difícil fazer entender aos que me cobram "lado", a essência e a amplitude do livre pensamento, como fazê-los entender que as divergências políticas são como afluentes de um mesmo rio, as águas podem até não se misturarem por um determinado trajeto, muitas vezes conturbado, mas acabam desaguando juntas num mesmo oceano que "deveria" ser o bem comum.
* Independente de esquerda/direita, liberalismo/socialismo, em um país com tantas diferenças sociais
como o nosso, é imperativo que o governo tenha mecanismos para diminuir esses
desequilíbrios, e esses dispositivos precisam estar incluídos no orçamento, porém, não se pode perder de vista que dinheiro não tem geração espontânea.
Se o país gasta muito mais do que arrecada, faltará investimentos na produção e na infraestrutura, consequentemente, comprometerá o emprego.
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