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Meu sogro, Miguel Guiné, e minha sobra, Dozina,
eram semianalfabetos, contradição com meus pais, dentista (clique) e professora, mas
confesso ter aprendido tanto com eles, em termos de sabedoria, quanto aprendi
com meus pais, certamente porque a convivência foi na maturidade, por isso
gosto sempre de proclamar este aprendizado.
Passei a vida combatendo qualquer tipo de preconceito, e dentre todos, tem
um que nunca falei em sala de aula ou no meu blog, que foi o preconceito de inteligência,
exatamente aqueles cometidos contra sábios como meu sogro e minha sogra.
Educacionismo é o nome, termo utilizado para identificar um tipo de discriminação
caracterizada por um preconceito implícito e sutil demonstrado por pessoas
que possuem mais conhecimento às ditas com menos educação escolar, um preconceito
muitas vezes ignorado, mas muito presente em nosso dia-a-dia.
O preconceito de inteligência é aquele que corrige erros gramaticais, ou numa postura superior, não sabe contemporizar ou "socializar" um entendimento, por alguma lacuna na formação, gosta de mostrar que sabe mais que as outras pessoas,
não levando em conta que o mais importante na vida, embora pareça redundância,
é exatamente a vivência e a simplicidade, que esse preconceito está mais relacionado ao orgulho, vaidade ou egoísmo (clique, está primeira parte) do que propriamente
à educação formal.
Meu sogro era um contador de causos, este é um dos muito que ele me contou, daria para escrever um livro se ele tivesse registrado suas histórias. Mas este não é o único caso de preconceito, existe também o preconceito linguístico, que o renomado professor linguista e escritor, Marcos Bagno, natural da vizinha cidade de Cataguases, sugere que estas variações linguísticas devem ser aceitas pela norma-padrão. Bagno argumenta que a imposição de uma norma formal é um preconceito linguístico próprio da elite econômica e intelectual, e que essa variação está associada também ao preconceito educacional que é bem mais amplo do que as questões linguísticas.
Bagno também menciona que o texto da classe A, normalmente formada por indivíduos com alto índice de escolaridade, também não é compreendida pela maioria dos brasileiros, que é formada por pessoas menos privilegiadas.
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