terça-feira, 14 de julho de 2015

UM PARAPSICÓLOGO TRAMBIQUEIRO

RASCUNHO ONLINE
FICOU GRAVADO EM MINHA MEMÓRIA
 “NÃO GENÉTICA”
 “NA MEDIDA EM QUE IA REGREDINDO, O HIPNOTIZADO IA NARRANDO AS VÁRIAS ETAPAS DA VIDA, ATÉ CHEGAR AO ÚTERO MATERNO, NESSE MOMENTO IA PARA O CHÃO EM POSIÇÃO FETAL.”

          Acabei de publicar no Facebook uma foto do meu netinho (final da postagem) falando sobre a continuidade da vida, aí me lembrei de uma palestra de parapsicologia que assisti nos anos 80, e, como faz muitos anos, certamente não me lembrarei de muita coisa, mas fiquei tão impressionado, que nunca mais me esqueci daquela experiência, principalmente algum tempo depois, quando soube que a lábia do palestrante também tinha outras finalidades...Comprou uma grande quantidade de café, e deu calote em vários comerciantes aqui de Muriaé, ainda assim, apesar de todo o meu natural ceticismo, seus ensinamentos continuaram me fazendo pensar sobre as variáveis possíveis dessa nossa maravilhosa massa cinzenta.
              Peço perdão a alguém que esteve presente naquele evento e que tenha a memória melhor do que a minha, e ainda que as coisas não tenham acontecido exatamente desse jeito, foi assim que guardei para que um dia pudesse aproveitá-la, e a hora chegou com meu netinho.
             Em uma sincronia perfeita, a penumbra do ambiente e a música de Chopin penetravam suavemente nas mentes presentes, o salão paroquial da igreja Nossa Senhora da Conceição, no bairro que moro aqui em Muriaé, reunia dezenas de pessoas interessadas em assistir a palestra daquele parapsicólogo de São Paulo, que prometia abrir novas dimensões para um novo tipo de compreensão sobre a vida.
             A voz do palestrante, quase sussurrando, suave como o fundo musical, fez a primeira orientação:
- coloquem a palma das mãos sobre os joelhos, fechem os olhos, respirem fundo, e apenas observem as reações do corpo de vocês.
- Agora, suavemente, suas mãos irão adquirir uma leveza indescritível, e, como plumas, irão levitar... não façam nada para impedir, apenas observem uma força incomum impulsionando os braços para cima.
        Como eu continuava sob o efeito da gravidade, arrisquei um olhar entreaberto à meia-luz, e fiquei surpreendido com tantas mãos projetadas para o alto, embora a maioria, como as minhas, continuassem imóveis sobre os joelhos.
      As luzes foram acessas e a música desligada, e o palestrante pediu que as pessoas cujas mãos projetaram para o alto, que fossem à frente, que, por serem mais sensíveis, algumas delas iriam vivenciar uma experiência de retrocognição, e que iria ativar, através da hipnose, memórias de vidas passadas.
         Das pessoas que foram à frente, foram selecionadas umas quatro para submeterem-se à regressão de memória, duas delas do meu círculo de amizade, o que despertou ainda mais minha curiosidade.
       Na medida em que ia regredindo, o hipnotizado ia narrando as várias etapas da vida, até chegar ao útero materno, nesse momento ia para o chão em posição fetal.
       Quando regrediu a colega da minha esposa para um período anterior ao nascimento, pensei que ela estava incorporada por algum espírito, falava com uma grossa voz masculina, mas que identificou-se como o pai da hipnotizada, esse pai também foi regredido, sempre fazendo comentários do dia-a-dia de sua vida de então, até chegar ao nascimento e voltar para o útero materno, nossa amiga ficou em posição fetal, e o parapsicólogo continuou regredindo a memória aquele “feto”, a voz inicialmente era infantil, mas também foi ficando adulta e masculina, agora tinha outra entonação, era o avô, e foi regredindo por mais um ou dois ancestrais. 
        Segundo a parapsicologia, pelo menos a explicada por aquele senhor que fazia dobradinha de parapsicólogo e comprador de café, além das características físicas hereditárias como a cor da pele, cabelo, olhos, etc., também transmitimos para os nossos descendentes um "HD abarrotado de informações, imaterial e inconsciente" (conteúdo nas aspas por minha conta) com todas as experiências vividas por nós e nossos antepassados desde que o mundo é mundo.
        Talvez por causa dessa minha memória, não genética, que guardei do. trambiqueiro parapsicólogo possibilitou uma reflexão sobre essa "outra" forma de "reencarnação" bem diferente daquela proclamada pelos espíritas.

                        
 Ainda não conheço meu neto Rafael, mas esse Archanjo de olhar enigmático já despertou um sentimento de continuidade que não tinha experimentado quando meus filhos nasceram. Uma estranha sensação que une nossa consanguínidade aos ancestrais mais remotos.


Um comentário:

Vininha disse...

Bacana Fernando, não precismos procurar tanto sentido, somente deixar as emoções falarem por nós! Desejo uma rápida recuperação e mil felicidades pro seu netinho!
Abs na Inês