segunda-feira, 19 de julho de 2010

EU SOU FELIZ!


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O trabalho tinha outro significado para os indígenas, entre eles não havia separação entre a vida e o trabalho, entre o tempo de trabalhar e o tempo de divertir...Unidade Formativa III, Capítulo 3, pg 31 – Projovem Urbano.

           Sempre quando vou começar a lecionar para uma nova turma faço uma brincadeira para desinibir e conhecer meus novos alunos... uma espécie de maiêutica socrática para abordar um tema pouco falado, mas que estou sempre repetindo em quase todas as minhas postagens... a felicidade:
- por que você está aqui?
- para aprender.
- para quê?
-para conseguir um bom emprego
-para quê um bom emprego?
-para casar.
-para quê?
-ter filhos
           As respostas se estendem e nunca alguém responde: “eu estudo porque quero ser feliz”. Isso porque além de parecer uma resposta meio “babacona” com sensação de alienação, também não paramos para pensar e conceituar “felicidade”, nem nos damos conta de que todas as nossas ações são direcionadas para este fim, até nas mais insignificantes atividades cotidianas, como vestir uma roupa nova, namorar ou simplesmente escrever em um blog. Apesar de quase nunca verbalizá-la, inconscientemente, ser feliz, ou qualquer palavra que se encaixe aí é tudo o que, verdadeiramente, queremos nesta vida.
           Estávamos conversando na sala de professores sobre gostar do que se faz, e eu dizia que a sala de aula para mim sempre foi uma grande diversão... uma festa, e acrescentei em tom de brincadeira: “... diante do gozo que ela me propicia, ganho até muito bem para fazer esta atividade tão prazerosa”
           Meu companheiro de trabalho, professor de Matemática, certamente tendo em seu inconsciente as questões salariais sempre defasadas do magistério, num ato reflexo, levou a conversa para um rumo completamente diferente, e retrucou: “- pois eu trabalho pra caramba... gasto um tempão preparando minhas aulas e acho que ganho muito pouco pelo que faço”.
           Apesar de sermos excelentes companheiros e com muita identificação sobre os mais variados temas, sobretudo aqueles ligados à nossa atuação em uma comunidade carente, como o bairro Aeroporto (Muriaé-MG), esta não foi a primeira vez que discordamos por falha na comunicação, mas isso nunca abalou nossa amizade.
           Estar em paz consigo mesmo, procurar harmonia e levar alegria aos mais próximos, sobretudo no ambiente profissional, dá mesmo a sensação de que o trabalho fica mais leve e fácil. Completamente diferente da impressão que se tem daquele que se arrasta para realizar suas tarefas diárias, tem-se a impressão que ele trabalha muito mais... que "dá um duro danado", é como se carregasse o mais pesado dos fardos (que não é o caso do meu querido amigo, Alan Guilherme, professor de Matemática).
           Gostar do que se faz é uma questão de sanidade mental, já que louco é quem me diz que não é feliz.
Eu sou feliz!”


Tinha esquecido... felicidade também é o lema da minha escola no Estado do Rio


FERNANDÃO NO PULA-PULA

5 comentários:

Léa Paraense Serra disse...

Penso que para aqueles cujas tarefas cotidianas apresentam-se como fardos certamente a opção profissional não está em harmonia com as suas competências, ou quem sabe, por outros fatores deixaram de gostar do que fazem. Seja qual for o motivo, a loucura se instala. Porém, a busca pela felicidade deve ser constante.

Adinalzir disse...

É isso aí, concordo plenamente! Sempre estamos em busca da felicidade em tudo o que fazemos!

Parabéns pelo texto e pelo vídeo! :-)

Rocio Rodi disse...

Querido Fernando,
Leio projetos dos professores da escola e sempre encontro as dificuldades dos alunos bem pontuadas - grifadas - e os saberes? os sonhos? os desejos? os encantos? as alegrias compartilhadas? E daí me embriago de felicidade ao ler e indicar a eles alguns teóricos e seus temas-estudos, como em Georges Snyders "Alegria na escola", "Alunos felizes" e "A escola pode ensinar as alegrias da música"; em Hugo Assmann: "Metáforas novas para reencantar a educação" e "Reencantar a educação"; ou em Rubem Alves "A alegria de ensinar"...
E daí me pergunto para sermos bom, sérios e críticos como professores temos que não sorrir, quer dizer, termos que ser sisudos, sofredores, tristes? Gosto de ler para entender mais, e encontro algumas boas respostas em Humberto Maturana: "Emoções e linguagem na educação e na política". E viva a escola! Vivamos mais felizes nela! E vamos aprender a educar-a-dor! A cuidar de nossa alegria... A etimologia da palavra escola, vem do latim "schola", e do grego "skhole" que significava lazer, pois a busca de conhecimento na época era considerado como lazer... E hoje?

Marli Fiorentin disse...

Fernando. Está aí uma tecla em que bato sempre. Estamos aqui para sermos felizes e a escola só cumpre bem seu papel se tornar as pessoas capazes de buscar a felicidade . E isso às vezes é tão simples! Basta que a gente saiba dar valor ao essencial em nossas vidas. Muitas vezes criamos necessidades inúteis e nunca conseguimos tudo. Daí a insatisfação. Mas acho importante como educadores não perdermos esse foco: o que pode fazer nosso aluno mais feliz? O resto é bobagem. BJ!

Ariany disse...

Olá, Professor
Meu nome é Ariany, eu represento o Blog Vestibular, da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).
Primeiramente lhe parabenizo pelo excelente blog e gostaria de convidá-lo a conhecer e opinar num ambiente repleto de informações sobre educação: http://blogvestibularfecap.blogspot.com/

Conto com a sua visita!
Até mais!