A Igreja já teve poder e influência inimaginável, o principal meio de comunicação da época era o sermão nas missas de domingo. Do púlpito arbitravam-se leis, ditavam-se costumes, produção cultural, comportamento e toda organização social.
Era a maior instituição feudal (“Senhora feudal”), tinha grandes extensões de terras pelo mundo afora, a maior riqueza que se podia ter era possuir terras, privilégio exclusivo da nobreza, por isso, seu poder extrapolava o espiritual e também determinava os rumos da economia e da política.
As palavras sagradas eram usadas como um poderosíssimo instrumento de manipulação e dominação, transformando populações inteiras em rebanhos... pessoas em ovelhas, desprovidas de autonomia para discordar ou pensar criticamente, sem originalidade ou qualquer independência.
Hoje, não precisa ser anticlerical para sentir-se incomodado com a existência de “bancadas evangélicas” fazendo lobbys em um Estado laico como o nosso. Todo este assombroso crescimento religioso, particularmente nas comunicações e na política, nos faz lembrar a teoria da história cíclica, que nos remete a um período em que a sociedade era infectada por moralismos castradores, que negavam os avanços da ciência e as liberdades individuais, queimando na fogueira da inquisição toda e qualquer voz discordante.
Em todos os períodos da história em que a hegemonia religiosa passou a determinar os rumos da política, a humanidade mergulhou muito mais em trevas do que em luz, e este atual avanço religioso, cujas bases eleitorais estão nas igrejas, pode suscitar uma nova forma de governo teocrático, atualmente existente em alguns países islâmicos, mas da maneira como as coisas se encaminham, qualquer possibilidade, por mais improvável que pareça, não pode ser descartável... é o atraso recorrente refazendo a história.
3 comentários:
Oi, Fernandão, concordo em parte. Os estados teocráticos do Egito e Mesopotâmia tiveram forte desenvolvimento cultural, ainda que com base na exploração camponesa.
Talvez não seja regra um atraso cultural proveniente de um estado teocrático, ainda que nenhuma forma de abuso de poder seja justificável, seja no âmbito espiritual, seja no âmbito secular.
Uma pergunta: o que significa "Redivivo"?
Um abraço,
Prof_Michel
Ps: já que vc está discutindo a união entre política e religião, faz uma visita no meu blog e comente no post: "O novo olhar de Constantino" ;)
Concordo com o Prof. Michel, já que não podemos fazer generalizações, sem cair no radicalismo.
Não se pode tomar os abusos cometidos pela ICAR na Idade Média, como padrão de comportamento de todos os religiosos. Também não se pode usar a "teologia da prosperidade" como regra de fé e prática de todos os que lêem a Bíblia.
Os dados que possuo, de grupos que lêem a Bíblia, e a seguem (não com interpretações tendenciosas, mas seguindo os princípios que ela mostra para o bem estar do homem), e que fazem diferença nas suas comunidades são evidências de que o problema não está em Deus, e sim, no "deus" que o homem criou baseado em sua própria conveniência. E isto está publicado em várias revistas científicas.
Sugiro que leia a Bíblia; porém livre de qualquer pré-julgamento. Fiz essa proposta ao meu coorientador de tese, e qual não foi a sua surpresa ao ver que as suas idéias sobre o que a Bíblia dizia eram infundadas. Veja por você mesmo para que possas tirar conclusões, não baseadas naquilo que dizem por aí, e sim, naquilo que você mesmo pesquisou.
Um grande abraço,
Profª Nádia
Sugiro que visites 2 blogs muito interessantes:
questaodeconfianca.blogspot.com
criacionista.blogspot.com/
Adorei seu blog minha formação e Artes Visuais mas amo a história e ai me achei em Historia da Arte e não tem como separarar da História. Gostaria de ter mais tempo para as leituras, então vou aproveitar bem seu blog e sempre que puder dar uma olhadinha, hoje não vou comentar sobre a leitura panoramica que fiz mas achei muito bom. abraços
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