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“Uma frase que eu sempre ouço, desde pequena, é que '
a educação vem de casa'. Aquela educação que nossos pais nos ensinam, coisas do tipo
dar 'bom dia' ou 'boa noite', dizer 'obrigada' e 'por favor' (...) Também
tenho ouvido, e já me peguei repetindo, a frase 'Essa criançada de hoje não
tem educação' (...) foi um comportamento machista e misógino, porque a presidente
da República é mulher. Não concordo com isso. É simplesmente o comportamento
de uma elite que elegeu o palavrão como seu vocabulário básico. Foi puramente
falta de educação e, claro, respeito (...) E não estou dizendo isso porque
sou petista ou porque sou a favor do governo".
Postagem do blog "Brasil: História e Ensino".
Com exceção da última frase, solidarizo-me 100% com minha querida
amiga, também professora de História, Natania Nogueira, em relação às vaias
dirigidas à nossa presidente, foi puramente falta de educação e, claro, de
respeito.
Faço aqui uma inversão na esta última frase e no objetivo da postagem da colega, que era a falta de educação, e que aproveitei para falar do que acredito em política... “e estou dizendo
isso porque não sou petista ou porque sou contra esse governo”, sou democrata convicto, porque acredito que a alternância no
poder é os pulmões da democracia, conheci, e acredito que a amiga também,
felizmente em outros tempos, diretoras que se tornaram “donas de escola”,
onde vigorava o “no que é meu, mando eu”.
Outro dia a escritora Adélia Prado citou Jean Baudriallard no Programa
Roda Viva, da TV Cultura, e comparou o governo do PT ao que o sociólogo chamou
de
“transparência do mal”: “o mal está tão enraizado, tão disseminado, tão generalizado, que ele
está transparente, você não vê mais, aqui é bom e aqui é ruim... é uma comida
envenenada...”.
Enquanto o governo continuar refém desse Congresso, eleito pelo
voto proporcional, não tenho expectativa alguma a respeito de mudanças,
o “toma lá dá cá” vai continuar, a não ser que continue inventando “fórmulas
mágicas” como a criação de novos ministérios para acomodar a base aliada ou
expedientes criminosos como a “operação lava jato” ou o mensalão.
Ontem,
na entrevista à jornalista Renata Lo Prete, o candidato
Aécio Neves deu um passo em direção da única solução que acredito é o
voto distrital, embora ele tenha falado em “distrital misto”, ainda assim, apesar
de não ser o ideal, já é infinitamente melhor do que o voto proporcional...
SE O PAÍS NÃO ADOTAR O VOTO DISTRITAL, não o misto, e colocar os congressistas
sob a tutela do povo, não adianta "votar bem" ou reclamar... é chover no
molhado... enxugar gelo... é imprescindível “PENSAR GLOBAL, mas AGIR LOCAL”
MAIS SOBRE VOTO DISTRITAL:
AQUI e
AQUI
No Youtube você encontrará várias opiniões contrárias ao Voto Distrital, faça como eu, conheça primeiro quem é contrário a ele.
Gostaria muito de conhecer argumentos com outras soluções... comente!
ENTREVISTA AÉCIO NEVES A RENATA LO PRETE:
AQUI
Um comentário:
Querido Fernando,
Como você também sou democrata por convicção. Minha crença na democracia foi forjada na militância estudantil na UFES na segunda metade da década de 1970. Na época, a palavra de ordem “Liberdades Democráticas” norteava e explicitava todas as demais. Defendemos com energia a anistia, uma constituinte livre e soberana, as eleições diretas, a extinção do AI-5, em síntese, o restabelecimento do estado de direito, entre eles os que estão em discussão no momento, que é a liberdade de expressão e manifestação.
As ofensas pessoais dirigidas à Dilma em São Paulo provocaram em mim um sentimento difícil de adjetivar, a cena foi lamentável. Um dos pilares de uma sociedade democrática está na civilidade e não vi nas ofensas pessoais dirigidas à Dilma qualquer traço de espírito público dos cidadãos presentes no estádio. Conviver com a divergência de ideias é a condição essencial para existência de uma sociedade democrática, que tem entre seus fundamentos a liberdade de expressão.
Não sou petista, vejo o governo do PT sem um projeto para o Brasil e a "gerentona" do então governo Lula, hoje presidente eleita, inapta para conceber um. Se me permite, prefiro abster em apontar minhas divergências quanto ao projeto de poder petista, seria levantar um debate estéril, a política é movida mais pela paixão do que pela razão. Também não é meu propósito fazer proselitismo, não tenho a pretensão de converter nenhum petista às minhas crenças.
Tenho profunda admiração pela obra do grande Maquiavel, fundador da Ciência Política moderna, mas discordo do pensamento dele quando afirma que a vitrú de um príncipe está em conquistar e manter o poder, e aí a vale tudo. Vejo, como você, a alternância do poder como um mecanismo que areja o ambiente democrático. O meu protesto quanto a esse projeto de poder petista vai ser dado na urna. Existem outras inúmeras formas legítimas de protestar além do voto, mas isso não inclui ofensas pessoais, que sai da esfera pública e invade a esfera privada.
As ofensas dirigidas à Dilma, transmitida ao vivo pela televisão para mais de duzentos países desconstrói o imaginário de “cordialidade” da sociedade brasileira. A civilidade, a educação e o espírito público são elementos essenciais à uma democracia. As cenas que assistimos em São Paulo passam longe desses princípios essenciais ao desenvolvimento do espírito democrático.
Grande abraço.
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