segunda-feira, 28 de julho de 2014

PALESTINOS E ISRAELENSES, A TRAGÉDIA EM GAZA

RASCUNHO ONLINE

VÍDEO ADICIONADO EM 25/08/2014

          Essa semana o Brasil teve um atrito diplomático com Israel, a presidente Dilma Rousseff já tinha declarado publicamente sua contrariedade com o uso desproporcional de força por Israel contra os Palestinos, pediu um cessar-fogo imediato, em seguida o Itamarati chamou seu embaixador para consultas, além do Brasil ter votado favoravelmente, no dia 24 de julho, pela formação de uma Comissão Internacional de inquérito para investigar o que está acontecendo nos territórios Palestinos, o que irritou bastante o governo israelense, a ponto do porta-voz do Ministério de Relações de Israel, Yigal Palmor, dizer que “o Brasil, apesar de ser um gigante econômico e cultural, continua um anão diplomático”.
           Sem aprofundar sobre a história desses dois povos irmãos, descendentes de Abraão, os Palestinos sucessores de Ismael, filho “ilegítimo” com a escrava Haga, e os Israelenses, de Issac, filho “legítimo” de Sara (Gênesis 21:8-13), mas para entender o conflito atual é melhor começar por alguns séculos depois, pela Segunda Diáspora, que aconteceu no ano 70 d.C, quando o imperador romano Tito, invadiu e conquistou Jerusalém, o povo hebreu foi expulso de suas terras e se espalharam pelo planeta.
          Durante todo esse período quem ocupou a terra santa foram os descendentes de Ismael, mas ao longo dos anos muitos judeus voltaram e atravessaram séculos em uma convivência pacífica e harmoniosa com os palestinos (vide vídeo no final).
              Excelentes negociantes, os judeus enriqueceram e tornaram-se o povo mais rico da terra. Com o surgimento do sionismo no final do século XIX defendendo a existência de um Estado nacional judaico onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel, começaram agir para reconquistar suas antigas terras, pelas quais sentiam-se os donos e com direito divino sobre elas (Gênesis 17:8), inicialmente essas conquistas não se deram pela guerra, ricos, compraram dos palestinos boa parte do que tinha sido deles há 2000 anos.
            Depois do holocausto nazista, com o fim da Segunda Guerra, em sessão solene da ONU, em 1948, foi criado o Estado de Israel ("Pode nascer uma nação em um dia?”- Isaías 66:8), fato que encontrou forte resistência entre os judeus ortodoxos, que pelo Talmude, livro sagrado, o povo judeu foi proibido pelo Criador (kesubos 111a) de exercer soberania sobre a Terra Santa antes da era messiânica, (citação do Rabino Dovid Weiss no vídeo abaixo) por isso eram contra a criação de um Estado judeu, e hoje defendem seu fim. (minha pesquisa com pouca informação precisa sobre o assunto).
            Claro, os Palestinos que são predominantemente muçulmanos sunitas, não reconheceram a escritura das terras a favor dos judeus realizada diretamente por Deus em cartórios celestes, e não aceitaram a divisão do lugar que ocupavam há dois mil anos para a criação do Estado Israel. De lá pra cá já houve muitas guerras fratricidas entre os descendentes de Abraão, a Guerra dos Seis Dias, do Yom Kipur e várias outras, e os judeus foram conquistando mais e mais terras, as animosidades aumentaram ainda mais com os assentamentos em territórios palestinos ocupados na Cisjordânia.
             Naturalmente não quero ser considerado um “professor anão” falando com leviandade sobre um assunto tão sério nessa minha tentativa de entendimento, por isso  minha “gaveta virtual online” (bloguetando) está aberta para qualquer comentário que possa apontar algum erro que tenha cometido  e ajudar em seu esclarecimento.
                       Apesar da irresponsabilidade do Hamas em lançar bombas, com resultados pífios, a partir de áreas povoadas, salta aos olhos o revide desproporcional por parte de Israel, é difícil acreditar que os judeus, que tanto sofreram nas mãos dos nazistas na Segunda Guerra Mundial, sejam os responsáveis por essa tragédia em Gaza, nada justifica a morte de tantas crianças.
          *Confinar os palestinos em Gaza sob alegação que se abrissem as fronteiras facilitaria a entrada de armas para atacar Israel, é negar toda e qualquer possibilidade diplomática, a primeira ação deveria ser de Israel, convocando organismo internacionais para mediar e garantir a paz a partir o conflito da criação de um Estado Palestino, livre e soberano, abrindo as fronteiras de Gaza e também recuando sua fronteira para a que foi estabelecida em 1948, esta seria a única paz possível.
          A impressão que tenho é que essa guerra só terminará quanto for cumprida a promessa que DEUS fez a Abraão, "que daria toda aquela terra à sua descendência" (Gênesis 12:7), e que não há interesse algum pela paz por parte do atual governo israelense, muito menos em interromper as ocupações. Gaza continuará indefinidamente como uma versão do século XXI do Gueto de Varsóviae enquanto eleitores extremistas, com o perfil de Yigal Amir elegerem governos assim, não espantará ninguém se encontrarem algo parecido com solução final para o "problema palestino".
             Com a quantidade de religiões que existe e as múltiplas guerras com motivações sagradas, fico pensando no quanto ainda teremos que evoluir para atingirmos aquele ideal de perfeição e harmonia onde todos “formarão um só rebanho”. A única certeza é que essa unidade bíblica jamais acontecerá através de monopólios divinos, e sim, através da descoberta íntima do amor puro, incondicional, que nos capacitará a compreender o quanto a vida é breve, transitória e frágil, e por isso mesmo perceber a urgência da necessidade de se abrir mão dos nossos apegos intransigentes à personalidade, etnia, facções sociais, valores materiais, patriotismos e, principalmente, às nossas religiões, aí sim, nos transformaremos em novos homens e verdadeiros "filhos de Deus"... Fora isso é só a barbárie.
            Estou atacando especificamente essa violência inominável, e não imitando o preconceito da esquerda culta e deslumbrada que aplaude e baba com tudo que é antiamericano, como Israel é aliada dos EUA, é como se fosse politicamente correto também ser contra. Independente das atrocidades causada pelo radicalismo político e religioso do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu, ele representa um PARTIDO (parte) que está no poder, não o pensamento de todos os judeus.
       Eu, particularmente, culturalmente me sinto muito mais próximo dos judeus do que dos muçulmanos, grande parte das personalidades universais que admiro são judeus, vivo em um país que prevalece o Estado Democrático de Direito, nunca admitiria, por exemplo, uma teocracia religiosa que estabelecesse constitucionalmente comportamentos ou ações políticas baseadas em livros sagrados como acontece em grande parte do mundo islâmico, e não tenho simpatia alguma pela maneira como as mulheres e os gays são tratados nesses países.
        05/08/2014: Revendo o que escrevi, achei pesado demais usar a palavra "holocausto", por isso troquei o título para "tragédia", mas só com a sua crítica poderei adequar meus pensamentos à realidade dos fatos.
        *EM 25/08/2014: Depois que vi o vídeo adicionado à postagem nessa data (segundo vídeo), e também coloquei o seu final em outra postagem que fiz "EM GAZA A NEGAÇÃO DO AMOR", cheguei a conclusão "que a razão não para na palma da mão", e que é atualíssimo o "conselho moral" de Bertrand Russel: “O amor é sábio, o ódio é tolo.
Nesse mundo que está ficando mais interconectado (a entrevista foi em 1959), nós temos que aprender a tolerar uns aos outros, temos que aprender a aceitar o fato de que algumas pessoas dizem coisas que não gostamos.
Nós só podemos viver juntos dessa forma, se vivemos juntos e não morreremos juntos, nós precisamos aprender a bondade da caridade e da tolerância, o que é absolutamente vital para a continuação da vida em nosso planeta.


     Chocado com a morte de tantas crianças e só procurando me aproximar, não da verdade, mas do mais adequado à realidade, usei uma palavra muito pesada no título: “Holocausto”, no dia 05 de agosto acrescentei o penúltimo parágrafo e fiz correção no título.
    Ontem, por causa do vídeo acima, acrescentei o último parágrafo, alterando  o sentido que, anteriormente, estava claramente tendencioso.

NEM TODOS OS JUDEUS PENSAM COMO BENJAMIN NETANYAHU 


ALGUMAS PALAVRAS DO RABINO NO VÍDEO:    
"... os rabinos podem testemunhar como viveram no velho Estado, na velha cidade de Jerusalém. Viviam porta a porta antes de 1948 (...)  coexistiam com todos os vizinhos árabes, tomavam conta das crianças uns dos outros, quando as mulheres iam ao Yann Kippur, os vizinhos muçulmanos tomavam conta das suas crianças, davam-lhes “os objetos” mais preciosos para guardar e proteger, como poderia ser isso se eles fossem os nossos inimigos mortais? É porque não o são!
       Não se trata de um conflito religioso, isso é um plano sionista de acusar toda a gente de ser “anti semita”(...) os fatos foram manipulados pela propaganda sionista, mas os fatos reais, o fato como temos vivido a centenas de anos, no Yemen, no Marrocos, na Tunisia, na Palestina, no Egito. Em que terra árabe os judeus não viveram conjuntamente com os muçulmanos? Digam-me em que terra os judeus não viviam em harmonia com os muçulmanos?
        O sionismo foi criado a cem anos por ateus, pessoas que detestavam a religião, e quiseram transformar o judaísmo de religião para nacionalidade, para uma base materialista, onde o conceito de Deus está ausente. Isso não é judaísmo, e não tem qualquer direito de usar o nome de Israel (...) Morte e derramamento de sangue sem pausa por causa da ideologia chamada sionismo. Eles sacrificam seres humanos indefesos, corações, almas, destroem as casas e as vidas das pessoas. O que podemos nós fazer sobre isso?"



ENTREVISTA COM A PROFESSORA DE HISTÓRIA ÁRABE ARLENE CLEMESHA
         



O professor de Geografia do Colégio Andrews, espero que não seja por razoes ideológicas, cometeu o mesmo equívoco que eu.

2 comentários:

Jenny Horta disse...

Seu último parágrafo não só me emocionou, como me fez pensar que tudo o que dissestes sintetiza a doutrina espírita. Não quero aqui gerar mais discussão religiosa, mas é exatamente isso que creio. o amor ao próximo é a religião, independente até mesmo do homem crer ou não na existência de Deus, pois este homem possui seu livre arbítrio e a capacidade de pensar.
Só uma intervenção pacífica e externa poderia amenizar ou resolver a questão, mas não acredito que exista no mundo algo capaz de executar esta tarefa... Não vejo outra solução a não ser rezar...
Historicamente, pelo que já li, suas observações estão corretíssimas!

Fernandão disse...

Querida Jenny, com meu rascunho online, depois do seu comentário acrescentei mais dois parágrafos e um vídeo no final.
Bjs e obrigado pelo comentário.