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Olhando os dois lados, penso também como se sente o cidadão francês comum, envolvido pela demagogia racial de políticos como os Le Pen, atribuindo todos os problemas sociais franceses aos imigrantes, opinião bem exemplificada nessa charge que coloquei acima, à "extrema direita", no topo dessa postagem, que usam valores inquestionáveis para esse povo, como a laicidade, fruto do marco mais importante da nossa civilização, a Revolução Francesa, além de ter em seu pensador maior, Voltaire, o componente anticlerical que utilizam para instigar o ódio religioso entre irmãos, usando as mesmas armas da intolerância, presente na maioria dos países de origem dos imigrantes muçulmanos franceses, onde a diversidade religiosa e cultural também é tratada com a mesma intransigência e ignorância.
O conflito existe, o radicalismo é, sem sombra de dúvidas, uma reação às agressões religiosas e sociais, além de serem também frutos das ações imperialistas francesas na divisão territorial do Oriente Médio após a Primeira Guerra Mundial, apesar de tudo isso, reprimir a liberdade de expressão, sob qualquer argumento, é um erro maior ainda, e silenciar esse humor, que provoca reações e discussões ao ironizar ideias e problematizar comportamentos, é semear um obscurantismo medieval, e nenhuma solução violenta ou política vai mudar o homem por dentro, exatamente onde se encontra a raiz e a causa de todos os seus males, sociais, pessoais e ideológicos, e que nos regride aos degraus mais baixos da escala evolutiva.
Impossível ficar apenas com "je suis 50% Charlie", e sei que há controvérsias, e estou aberto a discutir tanto os aspectos políticos quanto os religiosos com quem interessar, mas para mim só existe duas opções, ou se acredita na liberdade de expressão, e inclui aí charges com as caricaturas que provocaram ódio e preconceitos ao islã, ou CENSURAR o pensamento, quer seja com leis ou através do medo, como esse provocado no ataque contra o Charlie Hebdo, no mais, como disse o humorista Gregorio Duvivier: “... quando surgir a dúvida sobre quem é o oprimido e quem é opressor, em geral, o individuo que foi fuzilado é o OPRIMIDO”.
Quando aparece alguém dizendo “Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie”, depois de examinar todos os argumentos, não me resta outra opção, me sinto na obrigação de publicar imagens de ações violentas que extrapolam as próprias razões que as motivaram, não deixa espaço para qualquer tipo de "diálogo" ou argumento que possa justificá-las, a única alternativa é o combate.
CRIANÇA TREINADAS PARA MATAR OU MORRER
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